Álvaro de Campos
É talvez pouco convencional a escolha como nome simbólico de uma figura que não teve uma existência física, mas na verdade Álvaro de Campos foi tão real quanto é possível a um heterónimo, confundindo-se na vida e na escrita com Fernando Pessoa. É deste modo que, através de Álvaro de Campos, pretendo prestar homenagem a quem considero uma das figuras mais relevantes da literatura Portuguesa. Tecendo em primeiro lugar algumas considerações sobre Fernando Pessoa ortónimo, quer como homem quer como cidadão, partilho não só do seu “orgulho nacionalista”, como da sua postura liberal e anti reacionária, bem patentes na sua ideologia política; apesar de indiciar que o sistema monárquico seria o mais indicado para uma nação dita imperial como Portugal, acha-o inviável no contexto da época, mostrando-se favorável à República. Revejo-me também no seu patriotismo e humanismo e, como agnóstico não convicto, entendo o seu ceticismo quanto à religião. Pessoa toma-se por um Cristão gnóstico e como ta